Discretos...

Os últimos acontecimentos do País, têm feito a população levantar a voz e demonstrar a sua indignação contra algumas etnias.

Os ciganos são vistos como "gentinha" que rouba e não quer trabalhar, os africanos são os que fazem arrastões, desacatos e assaltos.

Os chineses são motivo de conversa por causa das suas lojas e os brasileiros por causa de assaltos a bancos. Fala-se dos romenos por causa de prostituição e roubos nos semáforos e de ucranianos por causa das obras. E dos russos por causa de máfias.

Só um pequeno grupo continua a ser absolutamente discreto e a evitar ser notícia. Falo, obviamente... dos enforcados. Do grupo dos enforcados, dos estrangulados, dos decapitados e dos degulados.

Dos afogados ainda vamos ouvindo algumas notícias. Para além da quantidade de turistas afogados esta época balnear em águas nacionais, há sempre um colega de emprego que nos confessa estar afogado em dívidas.

Sobre os estrangulados e enforcados, a maior parte continua, incorrectamente, a achar que são um monte de gente "sem nada na cabeça".Mas, efectivamente, dos enforcados, pouco ou nada se sabe. Há excepção, talvez, dos únicos que dão a cara, os mais famosos, os Enforcados Amadores da Moita.

Fora estes, quase ninguém sabe onde moram, o que fazem e como vivem os enforcados e estrangulados nacionais.

Digo quase ninguém porque, tal como nas histórias do Astérix, há um pequeno grupo que resiste à colonização da falta de informação e que, não a partir da sua pequena aldeia, mas sim do seu pequeno escritório, foi tentar saber a resposta a essa questão que a todos nos perturba: como vivem os enforcados e estrangulados portugueses?

Felizmente, portugal tem o seu Astérix e Obélix. Felizmente, Portugal tem os jornalistas do Jornal "O Crime"!PS -Continuo de férias, bem longe e com uma net movida a lenha (se fosse a areia, ia ser um ver se te havias...).
Na próxima semana, já retorno os vossos comentários à velocidade "normal" (que é sempre um termo duvidoso, quando sou eu a empregá-lo)