Comentários jocosos

É óbvio que eu hoje tinha que falar aqui das palavras do nosso ministro das Obras Públicas, Mário Lino, que, para justificar a sua recusa liminar em fazer um novo aeroporto na Margem Sul, terá dito que aquela região era um deserto e que "que o que eu acho faraónico é fazer o aeroporto na Margem Sul, onde não há gente, onde não há escolas, onde não há hospitais, onde não há cidades, nem indústria, comércio ou hotéis" (sic).
(NR: Não, o "sic" não significa que fiquei doente com as palavras, ou que as mesmas tenham sido extraídas do canal televisivo. Lamento informar que era apenas uma citação)

É claro que depois da enchurrada de críticas que tais afirmações suscitaram, o ministro virá dizer que não se referia à Margem Sul do Tejo, mas sim à Margem Sul do Mediterrâneo.

Porque se formos a ser realistas, facilmente constatamos que o ministro só podia estar a brincar. Pelo seguinte:
1º) A Margem Sul do Tejo tem das escolas mais bem frequentadas do País;
2º) As cidades lá são tão grandes, mas tão grandes e tão atractivas, que as pessoas têm que vir trabalhar para Lisboa para poderem relaxar um bocadito;
3º) O Barreiro é uma zona rural onde nunca as indústrias se hão-de conseguir implantar; e
4º) É claro que estava a brincar em relação aos hotéis, pois o eixo Fogueteiro-Cruz de Pau figura em tudo o que é roteiro turístico de luxo.

Tudo isso, eu aguento. Agora, só porque moro no Seixal, não admito que o senhor ministro me diga que, por causa disso, eu não sou gente, ou seja, que sou um zé-ninguém. Suburbano, tudo bem. Ninguém, ainda vá. Agora Zé, não pá!
Isso, eu não admito! Isso já passa dos limites e é um comentário jocoso.
Por isso, EXIGO que lhe ponham um processo disciplinar e que o suspendam de dar aulas (de política).