domingo, 1 de outubro de 2006

Há-dem...

Em Sidney, na Austrália, os residentes de Rocksale arranjaram uma maneira curiosa de afastar as pessoas que, ao fim-de-semana à noite, iam para um parque naquela zona divertir-se e, por isso, fazer barulho: alguns residentes (Presidente da Câmara incluído) começaram a passar música de Barry Manilow, em altos decibéis, entre as 21 e as 24 horas.

E parece que a coisa resulta. Ou parcialmente: Se conseguiram correr com o pessoal do parque, assustado com aquela tortura, também muitos residentes se queixam que agora não conseguem dormir... por causa da música (com ferros matas, com ferros morres)!

A ideia é curiosa, mas não é original. Por cá também já se tentou o mesmo. Há uns tempos atrás, alguém teve a (infeliz) ideia de pôr uns jovens desafinados aos berros, para afuguentar a juventude de horas consecutivas em frente da televisão.

Também aqui, o resultado foi precisamente o inverso do pretendido: em vez de assustarem a criançada, os D'zrt (assim se chamam os miúdos) passaram a estar na moda. E, além de não terem afastado as crianças da TV, ainda as puseram, nos poucos tempos livres que daí sobravam, a ir a concertos deles, a sessões de autógrafos e a comprar roupas iguais às deles.

A coisa tornou-se perfeitamente rídicula, surreal e catastrófica quando outros actores dos Morangos com Açucar passaram também para a berra.
Acredito (ou melhor, acreditava) que Tiago Castro era um excelente actor. Nos 3 ou 4 episódios que fui forçado a ver (contrariamente a alguns, não consigo ver a série, nem pelo "factor gajas boas" e/ou pelo "factor gajos bons"). A personagem "Crómio" fazia-me crer que era preciso estarmos perante um monumental actor para a interpretar.

Afinal, há dias, ouvi, primeiro na rádio e depois na TV, um novo tema, interpretado pelo rapaz. Chama-se "Baby, Eu Fiz Este Som". É praticamente impossível não saberem do que estou a falar, pois passa um pouco em (quase) tudo o que é radio. E na TVI, claro. E após "ouvir" AQUILO, facilmente conclui que, afinal, o rapaz não era um actor sequer. Ele é MESMO assim.
E se fez aquela "música" (aaaaaaargh) para alguma "Baby", é porque não gosta mesma nada dela! Aliás, deve odiá-la de morte!
É uma das mais profundas manifestações de ódio a que já assisti até hoje.

Se alguém me dedicasse uma "música" e ma "cantasse" (aaaaargh) assim, nem precisava cortar os pulsos, nem atirar-me duma ponte, para desaparecer. Morria. De vergonha.

Vergonha que pareçe que ele não tem. Ou é surdo, coitado....

O que nos vale é que a carreira desta gente é efémera.

Há dias, li uma reportagem sobre um dos membros integrantes de uma das milhares de boys bands que por cá temos. O sucesso durou pouco e, actualmente, trabalha como empregadeco num bingo e já ninguém se lembra do nome dele.

Há uns anos atrás, um grande amigo meu, quando o chateavam mesmo muito, dizia qualquer coisa como: "Há-dem morrer na penúmbria!"

Aos novos falsos cantores, não lhes desejo a penumbria (seja ela o que for..), nem a penuria.
Não lhes desejo que há-dem (escrever-se-á hadem?), nem que hão-de.
Nem que morram.
Mas também não lhes desejo que fiquem apenas roucos. Porque isso, já o crómio é e ainda nos arriscávamos a que passassem a fazer os anúncios da Vodafone, da série "fale até não poder mais".

Mas, muito sinceramente, desejo-lhes que sejam felizes, mas que se calem. Para sempre.

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