Para que não mandem boquinhas de que a minha leitura se resume ao catálogo da DMail e ao jornal O Crime ou de que aqui apenas se diz mal, este post é para dizer bem.
Não comecem já a rir. Também sou capaz de o fazer.
E, desta feita, vou dizer bem... dos jornais portugueses.
Sabe-se que a guerra entre eles é grande. Mas não obstante estarem quase todos a passar por grandes dificuldades financeiras, a verdade é que nenhum deles deixa de investir em pessoal, quando muitos outros fazem precisamente o contrário. E isso, é uma enorme virtude.
Apesar da crise, nenhum deles se poupa a meios para chamar a atenção de um possível leitor (pagante, de preferência). Para isso, além de pagarem aos jornalistas, contratam criativos, para elaborarem títulos que chamem a atenção e nos façam sonhar.
Tive a oportunidade de confirmar isso a semana que agora acaba. Uma gigantesca gripe, associada a um enormíssimo acervo de trabalho, deixou-me sem tempo para estar na blogosfera. A solução para saber o que ia acontecendo no país, foi ir dando uma vista de olhos pelos títulos dos jornais. As chamadas "gordas".
A criatividade dessas gordas é tão grande e tão fascinante, que, perto delas, os delírios criados pela febre são uma brincadeira de crianças.
Vejam alguns exemplos:(Destak, sexta, 19 Setembro 2008)
Assustei-me e abandonei o jornal assim que li o título.
Há já muito que não levo o carro quando vou sair e sei , que vou beber.
Ao ler isto, imaginei-me a ser parado, sóbrio, num auto-stop, com um polícia a dirigir-se a mim, fazer continência e a perguntar: "Boa noite. Esteve a fumar?"
De cigarro na mão, nem tive tempo para responder.
Algemaram-me e obrigaram-me a fazer um TAQ aos pulmões.
"Meu comandante, apanhámos outro fumador"
"Cadeia com esse malandro! Esses gajos não aprendem! Vai ter o que merece".
Estranhamente, nos jornais por onde passei os olhos, não dei por nenhuma boa notícia.
Pelo contrário, fiquei a achar que já todos se tinham passado. Incluindo o "Special One".
Imaginei o José Mourinho, com o seu famoso sobretudo, a rondar escolas e a olhar, lânguido, para a pequenada.
A meter-se com os petizes e a tentar atraí-los.
Esqueçam, é a minha imaginação que é demasiado fértil e devassa. Deve ter sido da febre e este título nunca poderia levar para esses caminhos:(Record, quinta, 18 Setembro 2008)
Mas felizmente, nem todas as gordas eram sisudas. A seguinte, fez-me sorrir.
Foi com um sorriso na cara que imaginei mais uma inauguração pública.
Uma festa com todo o jet set nacional.
No final, já completamente embriagado, Manuel Alegre cospe o caroço duma azeitona, tentando acertar no caixote do lixo, a uma distância de uns bons sete metros.
Cavaco Silva, que se encontrava por perto, solta uma gargalhada (como se isso fosse possível) e remata "Eh, porco! És mesmo zarolho!!")(Correio da Manhã, sábado, 13 Setembro 2008)
Mostrar mensagens com a etiqueta gordas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta gordas. Mostrar todas as mensagens
domingo, 21 de setembro de 2008
As gordas
Publicada por Sorrisos em Alta às 10:52 da tarde 70 sorrisos
Etiquetas: criativos, gordas, títulos jornais
Subscrever:
Mensagens (Atom)