YOUNG MAN!!!

Por inacreditável que vos possa parecer, não é a escrever neste blog que eu ganho a vida.

Pois é! Infelizmente, o Google não paga, como deveria, por eu trazer milhares de pessoas lindíssimas e muito inteligentes a esta sua área de negócio.

Por isso, sou forçado a fazer como o resto das pessoas normais (bem, e algumas das outras), e ir trabalhar.

Um trabalho que me obriga a levantar cedo. Demasiado cedo...

Apesar de zeloso cumpridor dos horários laborais, até perto das 11 da manhã faço apenas figura de corpo presente. O meu cérebro teima em acordar só por volta dessa hora, depois do segundo ou terceiro café.

Mas, de manhã cedo, lá vou eu a caminho do trabalho, como já tinha dito.

Um destes dias (ou melhor, numa dessas madrugadas), caminhava eu, lenta, lentamente, a caminho do trabalho, quando ouço, parecendo bem ao longe, um grito de uma velhinha, com um sotaque tão tipicamente britânico: "YOUNG MAN!!!"

Sonolento, ainda consegui discernir que "young man" (em tradução livre "jovem") nunca poderia ser para mim.

No entanto, aos meus olhos, semi-abertos, foi possível conseguir ver que a velhinha inglesa avançava, vigorosamente, para mim, de dedo em riste, e gritava de novo: "YOUNG MAN!!!".

Apesar da minha já avançada idade e da hora matinal, não restavam dúvidas. Era a mim que ela se dirigia.

Obviamente que corei e que fiquei com a mais completa das vergonhas.
Fiquei com a certeza absoluta que, com o sono, teria vestido o meu traje de marinheiro dos Village People e que tinha ido nesses preparos para a rua.
Fiquei assim, alguns segundos, com a face completamente vermelha e sem coragem de olhar para baixo, para confirmar os meus receios.

Lentamente, os meus olhos abriram e olharam para o que trazia vestido.

Felizmente, estava tudo ok.

Lá acalmei e lá lhe disse onde ficavam os Jardins da Gulbenkian.

Nunca mais saio de casa sem tomar a pôrra dum café!