segunda-feira, 14 de maio de 2007

O principal suspeito

A esta hora, os canais de tv (os tugas e os ingleses) degladiam-se para serem os primeiros a apresentar as primeiras imagens de um dos suspeitos do rapto da pequena Madeleine McCann, desaparecida a 03 de Maio, de uma moradia próxima da Praia da Luz, Lagos.

Esqueçam lá isso.

Embora sabendo que estamos em período de "segredo de justiça", são os SORRISOS EM ALTA que vão indicar aqui, em 1ª mão, para "todó Mundo", quem é o principal responsável por tudo.

Apesar dos esforços das polícias portuguesa e inglesa, de todos os meios postos à disposição, e das muitas pessoas no terreno, fomos nós que o descobrimos.

Senhoras e senhores preparem-se para reconhecer o rosto do culpado. Sim, escrevi bem: reconhecer. Por a cara já é conhecida de todos.

Sim, confesso, estou a fazer suspense. Mas tenho direito aos meus 5 segundos de fama, já que tenho a informação que todo o mundo está desejoso de obter.

Senhoras e senhores, meninos e meninas, o principal responsável pelo rapto do Algarve é.... este senhor!!!:Conhecem-no?

Estão surpreendidos?

Miguel Sousa Tavares é um dos principais culpados do que aconteceu no Algarve.

Se bem leram, não escrevi que ele era o raptor. Apenas que é o principal responsável pelo que aconteceu.

E porquê?
Muito simples: nos dias aque antecederam o fatídico acontecimento, Miguel Sousa Tavares defendeu, na comunicação social (mais concretamente, em declarações à TVI), que, num restaurante, "incomoda mais uma criança aos berros do que uma pessoa a fumar".

Apesar do "escândalo" daí resultante (foram mais que muitos os telespectadores que ligaram para a TVI a reclamar - embora também tenha havido uns quantos que lhe gabaram a coragem), dias depois, em declarações ao semanário "SOL", Miguel Sousa Tavares lançava mais lenha para a fogueira, acrescentando que achava mesmo que era "uma falta de civismo e de respeito para com os outros a facilidade com que se leva crianças para restaurantes".

É sabido que, em Portugal, apenas dois ou três ferrenhos adeptos do F.C.Porto é que levam a sério as declarações de Miguel Sousa Tavares (e os proprietários de 2 ou 3 hotéis e restaurantes que, embora não o assumindo, não deixam entrar crianças).

Contudo, aparece que o advogado-escritor é sobejamente conhecido em Inglaterra. Daí a um casal que ganha 37 mil euros por mês - e ter, portanto, dinheiro para pagar uns trocos a uma baby-sitter - ter deixado 3 crianças num quarto de hotel com janela aberta foi um ápice.

Parece-me que, para os que se incomodam com uma criança num restaurante, é preferível aguentar uma hora de choro (se tal acontecer, pois nem todas as crianças choram ou correm desalmadamente) do que aturar notícias sobre a mesma criança 9 dias seguidos na televisão, a toda a hora.

A bem da história, peço que a criança apareça, bem, de boa saúde e intocada.
E que, a bem do civismo e do respeito pelos outros, os restaurantes começem a vedar a entrada a facciosos que falam sem pensar. Que, como se vê, podem prejudicar mais do que um cigarro... ou uma criança aos berros. É que essa, ao menos, está viva, e sabe-se onde está.

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