No rescaldo da jornada de Fátima

Acabaram (finalmente!!!) as cerimónias de Fátima.

As imagens televisivas daquele evento fazem-me lembrar sempre as da final da Taça de Portugal em futebol. Na perspectiva da equipa vencida, claro, atendendo à cara de sofrimento da maior parte das pessoas.

Mas, de facto, acho que futebol e religião têm tudo a ver: ambos têm muita fé, milhões de adeptos, excursões de autocarro para irem ver um espectáculo, euforia, gritos, desmaios, bifanas, sandes de torresmos.... está lá tudo.

O que me leva a pensar se, à segunda-feira, não haveria lugar, nos 3 canais generalistas nacionais, para um debate televisivo sobre o rescaldo da jornada de Fátima, tal como acontece com o futebol, após cada jornada.

Consigo imaginar facilmente 3 ou 4 adeptos, cada um ferrenho por um dos principais clubes religiosos.
Ao longo do programa, no meio de muita acesa discussão, imagens para tirar as dúvidas sobre os lances polémicos (o peregrino ajoelhou dentro ou fora do perímetro do caminho?) e as tácticas (um grupo de peregrinos deve deslocar-se em 4-4-2 em zonas de maior trânsito? Não será arriscado deslocarem-se em 4-3-3, com os alas a partirem do centro para o meio?).
Seriam também possíveis os telefonemas dos adeptos (a sua promessa foi atendida? se foi, marque o 0 808 000 000, se não, 0 808 000 001 - custo € 5,99 + IVA).
E actuação da Virgem? Esteve bem no capítulo disciplinar?
Reportagens com ligação em directo a todas as igrejas onde se realiza o campeonato nacional de religião, com aparições dos Pastorinhos em directo.
No fim da época, o mercado de transferências analisado à lupa: O Papa pode deixar o Vaticano e ir pregar para o Maná da Alemanha, que lhe fez uma proposta galáctica.

Ou então, não. E é desta que me excomungam.