segunda-feira, 16 de outubro de 2006

A droga da política e a política da droga

O jornal "24 Horas", de hoje, trazia como tema principal de capa "Cinco deputados assumem que já consumiram droga".

O assunto é desenvolvido nas páginas 12 a 13.
Parece que dos 36 deputados que o jornal questionou sobre esta matéria, alguns negaram e uns quantos recusaram-se a responder (entre eles.... Francisco Louçã!).

A matéria em causa não é nenhuma descoberta e o próprio jornal o assume: já esta semana o programa de televisão "Le Ine" havia noticiado que 1 em cada 3 deputados italianos consome haxixe ou cocaina.

Aqui (ou melhor, ali - em Itália), foram mais longe (e daí, se calhar, o porquê de o índice de "acusados" ser maior). Em Itália, a investigação do citado programa fingiu que estava a fazer um teste a um produto anti-maquilhagem. Mas tratava-se mesmo era de um teste de despistagem de droga. Foram testados 50 deputados, dos quais 12 acusaram consumo de canabis e 4 de cocaina.
Resta dizer que obviamente o programa foi impedido de ir para o ar...

Longe de nós fazer juizos de valor sobre o que cada um faz ou não faz. Cada um, sabe de si.

Mas há aqui matéria interessante:

Os 5 "assumidos" do nosso País confessaram o consumo de haxixe e liamba (1 deles).
Acredito, piamente, que sejam mesmo os únicos no nosso Parlamento que o tenham feito. Basta olhar para as imagens do Canal Parlamento: uns cinco parecem estar com a moca, mais, muitos mais, preferem medicamentos: xanax e derivados.
Contam-se, pois, pelos dedos, os que estão acordados na sessão parlamentar.
E estão tão lentos, tão lentos, que é impossível terem consumido cocaina.

Já em itália, tudo é diferente: do Presidente ao homem da rua, todos gesticulam muito, não há quem não fale com as mãos. Estão à coca.
Não fosse a terra natal da Máfia.
Mas há também uns que, claramente, preferem drogas mais leves e mais lentas. De entre as muitas personalidades conhecidas adeptas desta vertente, a figura de proa era, sem sombra dúvida, o anterior Papa, João Paulo II. O consumo tornou-se particularmente evidente nos seus últimos discursos, nos quais já denotava dificuldades de concentração, alguma amnésia e um característico enrolar da língua.

Como já referimos, pouco nos interessa o que cada deputado faz na sua vida privada. Mais grave (ou talvez não) é saber que aprovam as leis que regulam todo um país eventualmente sob a influência de estupefacientes.

Fica assim explicada:
- a complexidade de alguns decretos,
- a razão porque saem algumas leis com regulamentação a definir (que cai no esquecimento e nunca mais é elaborada)
- porque é que alguns políticos num dia defendem uma ideia, noutros outra;
- porque é que Paulo Portas tem aquele corte de cabelo.

E, já que há haxixe aos magotes no parlamento, dêem uma passa ao Professor Silva. Ao menos uma vez, tirava aquele ar sisudo da cara!

0 sorrisos: