sábado, 15 de setembro de 2007

In the wall

A notícia original já tem algum tempo (é de 29/05/2007), mas vale a pena falar dela aqui:

No Brasil, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), entidade responsável por fazer o controle externo das actividades dos magistrados, reuniu-se para decidir se deviam ser mantidos, ou não, os crucifixos nas paredes dos plenários dos tribunais do país.

O Conselho fora convocado a pedido da Organização Não Governamental (ONG) "Brasil para Todos", criada especialmente para combater esse tipo de imagem em prédios públicos.

A ONG terá argumentado que os crucifixos ferem o princípio constitucional da laicidade – ou seja, a Igreja e o Estado são instituições separadas e não podem interferir entre si.

Defendia a ONG que o adorno representa a "utilização de patrimônio estatal para divulgar crenças religiosas". Argumentava também que "a imagem é uma forma de privilegiar o catolicismo em detrimento de outras religiões. Segundo eles, "manter um símbolo único, qualquer que seja, é promover o preconceito e a discriminação contra todos os que não se vêem representados, e impede harmonia social. A única maneira de deixar as repartições públicas neutras em relação à religião é remover os símbolos religiosos, sem exceção"."

Resta dizer que os argumentos foram rejeitados pela maioria dos conselheiros, sob a alegação de que "os crucifixos estão presentes nos recintos do Judiciário há tanto tempo que não representam mais uma religião específica: eles teriam virado tradição e símbolo cultural brasileiro".

Não obstante esta curiosa situação se ter passado no Brasil, os Sorrisos em Alta sabem, de fonte insegura, que este caso quase descambou em violentas repercussões no nosso País.

Ao que nos foi confidenciado por uma fonte ligada ao seu Sindicato Nacional, chegou a estar preparada (e continua em stand-by) uma mega-marcha de mecânicos, vinda um pouco de todo o país e disposta a avançar sobre Lisboa, defendendo que, também das paredes das suas oficinas, não permitem que sejam retirados os cartazes ostentanto pneus nos quais, por mero acaso ou distracção do fotógrafo, costumam constar raparigas com imponentes seios.

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