sábado, 28 de abril de 2007

O País a andar p'ra frente

Provavelmente já sabem que no próximo dia 2 de Maio se extingue a Direcção-Geral de Viação (DGV), que a partir dessa data é substituída pela nova Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

A edição de hoje do semanário "Sol" defende que essa substituição ameaça causar alguma confusão.
Eu não acho. E passo a explicar porquê:

Com esta alteração, para se tratar de assuntos relativos a cartas de condução e homologação e inspecção de veículos, os condutores deverão passar a contactar o também novo Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres.

O "Sol" alega que pode causar alguma confusão o facto de... esta nova entidade ainda não ter sequer passado do papel.

De facto, eu acredito que isso possa causar uma pequeníssima confusão nas pessoas.
Mas creio também que as coisas passarão a ser tratadas mais depressa.

Cria confusão porque as pessoas estavam habituadas a ir às Delegações da DGV e, aí, andar a ser despachadas de um gabinete para o outro "ah, se é veículos que têm os piscas a mais de 75 cm do chão é no gabinete ao lado..". No gabinete ao lado: "Sim, viaturas com piscas a mais de 75 cm do chão é aqui, mas primeiro tem que preencher o Impresso A307-9/75. Tem que ir à Tesouraria comprá-lo". Depois de esperar na longa fila da Tesouraria, e preencher o papel, voltava-se ao segundo gabinete. Esperando em nova fila, claro. Chegada a sua vez, já outro funcionário dizia: "Mas este Impresso não é para isto. E se o seu veículo é de ano entre 1995 e 2001, tem que trazer também um certificado de habilitações. E é tratado no Gabinete aqui do lado..".
50 gabinetes depois e mais de 15 impressos preenchidos, lá nos deixavam, então, entregar o requerimento.
Depois, íamos para casa esperar uma resposta que nunca chegaria.

As novas regras vão criar alguma confusão ao princípio, pois as pessoas já estavam habituadas a perder um dia inteiro e a contar a sua história a 62 funcionários diferentes.

Agora, gera-se a confusão ao termos que nos dirigir a uma entidade que é um papel.

Mas, passado esse choque inicial, as coisas resolver-se-ão de certeza.

Vamos passar a ter a certeza que é esse papel que trata do nosso assunto.
A nova entidade em papel não nos vai mandar andar de gabinete em gabinete. Não, é com um papel e só com um papel que vamos ter que falar.
E é esse papel que nos vai dar respostas.

Bem, algumas.

É que se o assunto for um processo relativo a multas e contra-ordenações, as pessoas que vivem fora de Lisboa e do Porto têm que se dirigir às esquadras policiais.
(bolas, afinal, parece que já conheço a história...)

Ah, há outro pequeno problema também com esta questão: A ANSR ainda não celebrou nenhum acordo com a PSP nem com a GNR.
Por isso, oficialmente estas entidades ainda não sabem bem que têm que tratar desses processos.
Assim, o mais certo é as pessoas que vivem fora de Lisboa e do Porto terem que se dirigir ás esquadras para, aí, serem encaminhadas
a) Ou para a (já extinta) DGV;
b) Ou para um papel (que não existe fora de Lisboa e Porto).

Fácil, não?
Porque é que o "Sol" acha que isso vai criar confusão?
É apenas mais do mesmo...

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