O estado do Estado

Os exemplos vêm de cima: No auge da luta nacional contra a sinistralidade rodoviária, o carro do shôr Manél Pinho (por mero acaso, actual Ministro da Economia), foi apanhado, no último sábado, numa operação stop, na A1, perto de Leiria, quando circulava a uns lentíssimos 212 km/hora (!!!)

Multas? Claro que não.

Afinal, o shô Manel tinha como justificação o facto de estar atrasado para uma reunião com o presidente da Câmara Municipal de Matosinhos.

Ai estava atrasado? E que tal sair mais cedo?

Mas não. Identificaram o condutor e siga, Senhor Ministro.

É que as fontes ouvidas, do Comando da GNR, vão já lançando que, apesar de a lei não concretizar o conceito de «missão urgente de serviço público», ainda têm dúvidas se uma reunião com um autarca se enquadra nesse conceito.
E, assim sendo, "vamos embora, Manel, que aqui não há nada pra ninguém"
Mas há mais:

Um outro carro do Estado, este em nome de "Estado Português SEF" espatifou-se à saída de Faro, no Algarve.

O condutor, um subinspector do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) foi apanhado, às 4h55 da manhã, com 2,08 gramas de álcool/l no sangue, após ter despistado o carro de serviço.

Pois. Resumindo: Não podemos exceder a velocidade, eles podem.

Se conduzir não beba, eles bebem.

E saem e partem os NOSSOS carros.

Sim, porque a maior parte dos veículos do Estado faz auto-seguro. Isto é, não tem seguro. Portanto, carro partido, compra.-se outro. E quem paga? Ah, pois é! (tás a sentir uma mão estranha na carteira????...)

Ah, e o nosso subinspector estava tão sóbrio, tão sóbrio, que deixou cair a arma, a qual acabou por ser encontrada perto do carro...

Ainda deve ter tentado dizer qualquer coisa como: "eu é que sou o subinspector do SEF". Mas, sejam realistas...tentem lá dizer isto podres de bêbados...
Se do Estado vem o exemplo, não critiquem nem penalisem o pobre do cidadão comum.

Nem o cidadão fora do comum: na A12, uma ambulância (embora esta ao menos fosse privada), foi mandada parar pelas autoridades (o que é caso raro, convenhamos).

E não é que o condutor se pôs em fuga???!?

Não, este não alegou que também estava atrasado para uma reunião.
Quando foi detido verificou-se é que também estava embriagado.
Ah, e que não tinha carta!

Pormenores...

Já perceberam agora porque é que as ambulâncias circulam tão depressa, aos "ésses" pelo meio do trânsito, com as luzes acesas e a apitar (mesmo quando não há qualquer urgência)?

Ao menos, assumam! Troquem as garrafas de soro por garrafas como devem ser!

Fica aqui a sugestão: