segunda-feira, 16 de julho de 2007

Dica do dia: Como combater a abstenção!!!

A abstenção ganhou as eleições para a Câmara de Lisboa com maioria aboluta (62,61%).

Significa isto que nenhum (nem todos juntos) dos 12 candidatos conseguiram convencer os lisboetas a sair de casa e perder uns minutos a votar neles.

Esta eleição da abstenção como presidente da Câmra, significa também um voto na continuidade, pois já há vários mandatos que os anteriores presidentes se abstinham de fazer seja o que for pela cidade.

O candidato real que teve mais votos, apesar de ir exercer as funções de Presidente, teve apenas 1 em cada 9 lisboetas a votar nele. Significativo.

É mau para a cidade e é mau para o espírito da democracia.

Afinal, votar, para além de um direito, é um dever cívico.

Não me compete a mim criticar quem não votou. Mas, a bem da democracia, não posso deixar de dar aqui uma dica perfeitamente I-N-F-A-L-Í-V-E-L à CNE (Comissão Nacional Eleições) para evitar tão grandes números de abstenção.

É tão fácil...

A maneira mais eficaz (e infalível, repito) seria obrigar cada um dos que se balda ao voto a passar o dia da eleição a ouvir Patrícia Vasconcelos.

Quem? perguntam alguns de vocês...

Eu também não sabia. Até ontem.

Sem que tivesse sido convidada, Patrícia Vasconcelos avançou, destemida, para o palco e fez a primeira parte do sublime concerto dos Nouvelle vague, na Casa da Pesca, em Oeiras.
Digo que não foi convidada por duas razões:
A primeira delas é porque o nome dela não aparecia no bilhete (certamente para não espantar os incautos). Reparei, depois, que o nome aparece em letras muito, muito, muito pequeninas nalguns dos cartazes do Cool Jazz Fest.
Depois, porque não acredito que alguém no seu perfeito juízo convidasse Patrícia Vasconcelos seja para o que for (pelo menos relacionado com música).

Patrícia Vasconcelos faria o Zé Cabra corar de vergonha.

Apesar da imensa vontade de o fazer, não vou aqui falar mal dela ou criticá-la. Porque creio, piamente, que a própria Patrícia Vasconcelos não estaria num estado de coerência mental.

Aliás, todos os presentes sem excepção puderam constatar o tormento que lhe ia na alma.

Confesso que à hora a que estou a escrever isto ainda desconheço de que mal padecia a senhora. Não o pude ir constatar porque assim que ela começou a gritar fui arrastado na enchente de pessoas que fugiram da sala e correram para o bar. Fiquei, por isso, sem saber se lhe tinham acabado de arrancar as cordas vocais, se tinha uma costeleta atravessada na garganta, se o namorado a deixou ou se os pais lhe batiam.

Mas certamente alguém lhe estava a fazer muito mal. E há que louvar o seu enorme esforço para fingir de conta que nada se passava e que ia lá para cantar.

Mas a culpa nem foi só dela. Também da sua banda que teimava, insistentemente, em deixá-la perfeitamente só, acertando, aqui e acolá, alguns acordezitos. Poucos, é certo.

Não houve ninguém no público que não tentasse rir, julgando tratar-se de um número cómico.
Mas é impossível sorrir sequer quando, dos microfones de um poderoso PA sai o som de um carneiro a ser esventrado.

0 sorrisos: